Olá, não foi fácil, mas criei coragem para poder escrever sobre este assunto, fiquei dias pensando como começar sem tornar a postagem melancólica demais. Com isso, acordei nesta manhã inspirado e ao mesmo tempo triste, por estar prestes a completar um ano do falecimento de minha amada mãe.
Lembram que na primeira postagem escrevi sobre cuidar junto com minha esposa do nosso herdeiro sem a ajuda de mãe e de sogra? Está aí o motivo que hoje nos viramos sozinhos para dar o melhor para nosso amado filho. Minha sogra trabalha e mora longe, nos vemos apenas de fim de semana, além do mais, meu sogro passa por uma enfermidade que necessita de cuidados, seu coração não anda bem e minha sogra tem que estar perto para cuidar dele.
Dois meses antes do meu filho nascer minha mãe foi morar no céu, foi tudo muito rápido, ela passou mal no último ultrassom e conseguiu ver o rostinho lindo do Jorge, logo que saímos da clínica, ela soava frio e se queixava de muita dor nas costas, como sempre, sua pressão caiu e quase tive que carregá-la. Sua situação não estava boa, eu quis levá-la ao pronto-socorro, mas como minha mãe era teimosa, quis ir direto para casa, talvez seu eu insistisse, seria diferente.
No outro dia, às três da manhã meu pai batia em minha porta e quando eu abri ele disse que minha mãe passava muito mal, corri para ver e logo percebi que ela realmente não estava bem, até delirando estava. Chegamos no Pronto-Socorro, logo fizeram os exames e detectaram que era infarto, encaminharam ela para um hospital com maiores recursos e chegando lá, eu consegui ver pela última vez minha amada mãe viva e consciente, eu perguntei ao médico quanto tempo ela ficaria internada, ele me respondeu que por uns cinco dias, isso me causou um impacto, por mais que minha mãe passasse mal devido ao seu problema de coluna, nunca precisou ficar internada. Após falar com o médico, fui até a maca dela e ouvi pela última vez sua palavras: "Eu tô com ânsia", foi isso que ela me disse, eu falei que ia ficar tudo bem, que estava lá e que poderia vomitar se quisesse, fui embora para casa, e não contente, voltei ao hospital, estava nervoso e com má impressão, mesmo sabendo que a visita era na parte da tarde, mesmo assim voltei com minha esposa para saber mais notícias da minha mãe, foi aí que recebi a pior notícia da minha vida. Uma médica que assumira o plantão me disse: "Você é o filho da Nilza"? Eu respondi que sim, foi quando recebi a notícia que minha mãe teve uma parada cardío-respiratória por aproximadamente 20 minutos e que o estado dela era gravíssimo, a médica conversava comigo mas parecia que eu não conseguia ouvir nada, tudo que ela perguntava, não lembro se respondia direito, só sei que daí em diante, minha vida mudou por completo.
Minha mãe faleceu três dias após sofrer a parada cardio-respiratória, bem no dia do aniversário do meu pai, dia 06 de março, e percebi que me encontrava entre o ápice da alegria com o ápice da tristeza. Meu filho estava para nascer e como seria sem minha mãe?
Confesso que até hoje sinto a falta dela, e achava que não conseguia viver sem sua presença, mas descobri que não consigo viver sem meu filho amado, ele é o motivo para eu continuar vivendo.
Ele me dá toda a força que preciso, ele é carismático, amoroso, parceiro e amigo, ele me ensina que a tristeza é passageira, mas o amor é para sempre. Quando estou mal, olho para ele e vejo aquele sorriso estampado em seu rosto que cativa qualquer um a sua volta, e com a sua energia, consigo respirar e ter ânimo para trabalhar, estudar e escrever, assim como estou fazendo agora.
Não consigo mais imaginar minha vida sem ele, a sua alegria contagia e através dela, tenho o prazer em estar firme e forte, e sempre digo à minha esposa que não é ele que precisa de nós, somos nós que precisamos dele.
Ele foi o melhor presente que recebi, é lindo, cheiroso, forte, corajoso e nos ensina a ter paciência e disposição para cuidá-lo e amá-lo. Ele é um anjo que veio para me dar forças quando mais precisei, no momento que mais caí, suas mãos me ergueram com tanto amor e carinho que seria ingratidão permanecer na tristeza que me encontrava.
Amo meu filho mais que minha vida, e nas pequenas atitudes é que me encho de felicidades para estar junto dele e compartilhar os prazeres da vida.